Afinal, o que são?
As varizes pélvicas são, como as varizes das pernas, veias dilatadas mas desta vez localizadas na pelve, que é a região inferior do abdome. Estas varizes podem ser vistas por toda a região mas usualmente são formadas na parede do útero, nas trompas de Falópio e ou nos ovários.
Em geral, não são graves mas, eventualmente, podem sofrer trombose e, ainda mais incomum, serem levar a embolia pulmonar. São mais comuns nas mulheres grávidas, mais ainda nas que engravidaram mais vezes.
Isto ocorre pela necessidade maior de sangue para o útero durante as gestações e às alterações hormonais da gravidez. Há fatores genéticos que aumentam a chance delas aparecerem.
Em outras pacientes, pode estar associada a compressões venosas, como a síndrome de May Thurner ou Nut Cracker. Mas estas são assunto para outro poste. Em geral, não alteram a chance da mulher engravidar. Entretanto, os sintomas podem piorar durante a gestação.
Os homens apresentam quadro semelhante, conhecido por varicocele. Neles, as veias dilatadas são evidentes nos testículos. Aparecem já na juventude e não têm uma causa bem definida.
Sintomas
Na maioria das pessoas, as varizes pélvicas são assintomáticas. Para outras, porém, causam sintomas que incomodam bastante. Estes inclusive podem ser mais intensos no período menstrual. As queixas mais frequentes são:
- de varizes na região da vagina e na parte proximal da coxa;
- sensação de peso na parte inferior do abdome ou dor abdominal inespecífica;
- dor durante as relações sexuais;
- aumento do fluxo menstrual.
Os sintomas de varicocele são dor, inchaço e sensação de peso nos testículos e na região da virilha. Diferente das varizes pélvicas femininas, nos homens, a varicocele pode sim interferir na fertilidade. Isto se deve à dificuldade do retorno do sangue, o que prejudica a produção e qualidade do sêmen. Assim, estes devem realizar espermograma para descartar qualquer alteração.
Como tratar nas mulheres?
A maioria dos pacientes nem sabem que apresentam varizes pélvicas, pois estas não são visíveis. Mas como não têm sintomas, não precisam de pesquisar ou mesmo de algum tratamento específico.
Para as mulheres com sintomas, o tratamento se inicia com o uso de medicamentos orais, como hormônios e ou flebotônicos – medicamentos que agem sobre as veias.
Algumas, porém, sofrem com sintomas muito intensos, que interferem no seu dia a dia e que não se reduzem tanto apenas com os medicamentos. Para estas pacientes, podemos utilizar a embolização das varizes pélvicas.
Esse procedimento consiste na punção de uma veia na região da virilha e ou no pescoço. A seguir, se posiciona um cateter dentro das veias dilatadas, com orientação de raios X. O próximo passo é a liberação de agentes que bloqueiam a circulação e causam uma trombose localizada das mesmas. Esses agentes podem ser molas e/ou agentes líquidos.
E para os homens, como é o tratamento?
No homem, uma das opções menos invasivas é também a embolização, realizada de forma semelhante à embolização de varizes pélvicas. O bloqueio das veias deficientes leva a uma melhor drenagem venosa dos testículos, melhorando os sintomas e a capacidade reprodutiva.
Vantagens da embolização: podem ser realizados sob anestesia local e têm rápida recuperação quando comparados à cirurgia convencional. Não é necessário corte, somente uma punção e apresentam uma taxa de sucesso alta.
Como todo procedimento cirúrgico, apresentam riscos, embora sejam raros. Alguns exemplos são sangramento e hematoma no local da punção e alergia ao contraste utilizado.